Eu acho que sim. Aí, você me pergunta: “Mas, e as nossas
escolhas?”. E eu respondo que elas também são frutos do meio. Dizem por aí que as nossas
escolhas são egoístas. Não, não são. Dificilmente somos individualistas o bastante
a ponto de pensar apenas em nós mesmos. Cada passo, cada atitude, cada escolha,
comumente, tem influência do meio. Somos, como um todo, o que a sociedade
espera de nós e não necessariamente (ou nem sempre) o que nós queremos.
Quem nunca teve vontade de abandonar tudo? Ou então de chutar o balde? Pegar a estrada sem rumo? Mandar aquele chefe desagradável (sorry!) à merda? Usar pijama num evento social? Não atender o celular por uma semana? E pasme: tem gente que tem vontade de matar! De verdade! Mas, salvo “loucas” exceções, não fazemos nada disso. Porque não são apenas as nossas vontades que devem ser levadas em conta (Pergunta: quem pensa assim, eu ou a sociedade? Oh, dúvida!). O fato é que nós pensamos no outro, ainda que seja uma só pessoa - um amigo, um filho, um amor, um chefe - o tempo todo.
Então, é como se ficássemos equilibrados (ou tentássemos
ficar) em cima da linha tênue que separa agradar aos outros de desagradar a nós
mesmos. É uma coisa louca! Umas vezes, cai de um lado, outras, de outro. Fica lá
e cá. E faz as escolhas tentando ser justo, tentando não escolher nem azul, nem
preto. Ou azul e preto. Não queremos prejudicar ninguém, mas queremos fazer o
que temos vontade. No entanto, se for preciso, não fazemos o que temos vontade,
afinal, não queremos ficar sozinhos. Porque o ser humano precisa de
afeto, de carinho, de aprovação, de companhia. É natural, é para a sobrevivência,
é inato. E é por isso que nós somos frutos do meio. Contraditório, não?
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